%0 Journal Article %9 ACL : Articles dans des revues avec comité de lecture non répertoriées par l'AERES %A Sanjad, N. %A López-Garcés, C.L. %A Coelho, M.C. %A Santos, R. A. %A Robert, Pascale de %T Para além do colonialismo : a sinuosa confluência entre o Museu Goeldi e os Mebêngôkre %B 1822-2022 : museus e memória da nação %D 2022 %E Marins Garcez, P.C. %E Schpun, M.R. %L fdi:010087286 %G POR %J Anais do Museu Paulista : História e Cultura Material %@ 0101-4714 %K BRESIL %P 1-36 %R 10.1590/1982-02672022v30d1e30 %U https://www.documentation.ird.fr/hor/fdi:010087286 %> https://horizon.documentation.ird.fr/exl-doc/pleins_textes/2023-07/010087286.pdf %V 30 %W Horizon (IRD) %X O artigo apresenta as transformações no relacionamento do Museu Goeldi com os povos indígenas, neste caso, os Mebêngôkre (mais conhecidos como Kayapó), em uma perspectiva de longa duração. A complexidade dessa relação não se resume à mera influência de um darwinismo social que teria acantonado os museus de história natural no papel de agentes do colonialismo e de ideólogos de um racismo estrutural. Três momentos-chave da construção dos vínculos entre o Museu Goeldi e os Mebêngôkre são analisados: a transição entre o século XIX e o XX, quando missões religiosas eram financiadas pelo Estado e intermediárias obrigatórias entre os indígenas e a sociedade nacional, no intuito de integrá-los à ?civilização?; os anos 1930, em que novos movimentos migratórios para a região amazônica e os ditames de uma oligarquia que se fortalecia por meio do controle fundiário - sobretudo em áreas produtoras de castanha-do-pará - ameaçavam a integridade física e territorial desse povo; e, finalmente, os anos 1980-1990, quando surge uma oposição ao desenvolvimentismo do regime militar, cristalizando-se num modelo socioambiental que reconhece a importância do protagonismo dos indígenas e das populações tradicionais na Amazônia. Uma vez destacadas as transformações verificadas na relação entre museus e povos indígenas, conclui-se advogando a importância assumida no século XXI por pesquisas colaborativas e por uma museologia participativa - tanto para sua qualificação científica quanto para a valorização de um saber indígena com profundas repercussões políticas, sociais e ambientais. %$ 112 ; 106